11 de mai. de 2012

convite a gauguin


van gogh convida gauguin para ir morar com ele em arles, na casa amarela.

é tudo um pouco complicado, pelo seguinte: theo e ele estavam metidos até o pescoço no "entresol", o novo espaço de exposição na goupil de montmartre. era o "empreendimento conjunto" deles, que em algum momento deveria começar a render, quem sabe vincent conseguiria expor algum trabalho seu e (sonho dos sonhos) até começar a vender alguma coisa.

muito que bem. por razões não muito claras, vincent sai meio de chofre de paris em fevereiro de 1888 e vai para arles, tendo como justificativa dar andamento ao projeto comercial para o entresol. depois da briga com o dono do hotel onde tinha se hospedado, ele aluga a casa abandonada da place lamartine, reforma e tenta convencer alguém para ir morar com ele na "casa amarela". nenhum convite dá certo. ele nem tinha pensado no gauguin. este, por sua vez, estava lá na bretanha, na maior pendura, doente, cheio de dívidas etc., e escreve de ponto em branco uma carta para vincent chorando suas pitangas. isso em março. vincent até dá uma força moral, pede que o irmão theo compre alguma tela do gauguin etc., mas nem lhe passa pela cabeça convidá-lo a arles.

só que aí, como seus convidados "preferenciais" declinaram do convite e como o gauguin continuou a escrever chorando mais pitangas, em meados, finais de maio vincent convence theo, invocando razões comerciais, a quitar as dívidas do gauguin, pagar-lhe a viagem até arles e fornecer um estipêndio mensal para o gauguin se ele vier se mudar para arles, com o compromisso de que o gauguin lhe forneça uma pintura por mês. theo concorda e vincent então faz o convite. mas no caso do vincent, por mais comercial que tente parecer, a questão é bem mais ampla (e mais funda).