14 de jun. de 2012

o primeiro reconhecimento público

van gogh sofre mais outra forte crise no natal de 1889, em saint-rémy, que se estende por uma semana.

em janeiro de 1890, começa o reconhecimento público de van gogh, surpreendentemente apresentado como o mais simbolista dos simbolistas por albert aurier, o wunderkind da crítica da vanguarda, no mercure de france, em longo e apaixonadíssimo artigo que "cai feito uma bomba no mundo artístico de paris". comentam os biógrafos:
O artigo de Aurier vibrava com a emoção da descoberta. Encontrara um gênio – um artista “empolgante e poderoso”, “profundo e complexo” – um “colorista intenso e fantástico, moedor de ouros e pedras preciosas” – “vigoroso, exaltado, brutal, intenso” – “mestre e conquistador” – “incrivelmente deslumbrante”. Num texto longo, denso, delirante, que fundia prosa e poesia, Aurier tentou capturar em palavras a sensação de ver as imagens que descrevia – a obra deste mestre recém-descoberto. Suas descrições se multiplicavam em voos de centenas de palavras em sequência, cascatas voluptuosas de metáforas, torneios extravagantes da sintaxe e do vocabulário, mandamentos imperiosos e juízos categóricos, brados de reconhecimento e exclamações de assombro e prazer.
aqui a íntegra do extenso artigo de aurier, que se inicia com alguns versos de baudelaire.